domingo, 6 de fevereiro de 2011

Passos de Koba

Era sol, paisagem colorida. Cores que se misturavam com a positividade daquele local alegre. Todos sorriam, o clima era de paz. Mas havia um grande mistério. Num sofá cinza, na sala branca, sentado, cercado de dúvidas e talvez rancor, constava Koba. Garoto de estatura média, joelhos ralados e sonhos destruídos (era o que o povo falava). A pele era morena, talvez um índio, a cor do Brasil. Amigos? Tinha 3. Thomas, garoto loiro, gringo, um forasteiro com beleza ariana e volúpia exagerada (mlk piranha). Pedro Lucas, garoto mulato de cabelos espetados, que gostava de ensinar, mania de ser hippie (nosso pai, nosso líder). Pedro Gabriel, magro, pequeno, de humor sempre elevado e uma boca meio suja (insano e elegante). Koba e seus amigos defendiam idéias e teorias criadas por eles, e achavam que todo o mundo deveria conhecer todas aquelas palavras. Cansados da mesmice e do anonimato, resolveram criar uma banda de rock. Porém, cada garoto esperava uma coisa diferente. Pedro Gabriel queria pagar as contas da família, queria um bem-estar para seus semelhantes. Pedro Lucas visava um prêmio Nobel, queria ser reconhecido como grande líder, um porta-voz da paz. Thomas só queria se divertir mesmo. Koba queria mesmo era perder o bv. A banda criada foi apelidada de """""Restart""""". Muito sucesso recheou a trajetória dos guri, porém Koba era nitidamente isolado de seus broder. Brincava sozinho, cantava ao vento e sofria boicotes e chacotas de seus companheiros de banda. Por qualquer feito pífio, Koba era ovacionado com palmas, já que ninguém nunca esperava nada dele nunca. Um certo dia, estava a banda chegando à um local para performar um grande show, quando um segurança barrou Koba. "Quem é você?" Koba, surpreso, respondeu "Sou da banda, tio". "Tio é o seu caralho de bigodes", respondeu bravo o segurança Haroldo, e emendou "Você não é da banda não senhor. Xispa daqui garoto, xispa". Ao invés de lutar por seus ideais como um bravo leão, Koba apequenou-se, como um ratinho de esgoto que acabara de perder a mãe rata, deu meia volta e saiu, chutando pedrinhas pelas ruas escuras. Uma dessas inofensivas pedras, atingiu uma senhora idosa, de aparência calma e moedinhas contadas nas mãos. Ela foi caminhando em direção à Koba, nosso herói perdedor, e disse em voz alta "FILHO DA PUTA, VÊ SE ERGUE ESSA CABEÇA, PARA DE SORRIR, QUE DEUS TE DE UM GELO", deu-lhe um tabefe na cara e saiu andando. Koba, o índio revoltado, então, nunca mais foi capaz de sorrir. Nunca mais pode sentir calor, nunca mais conseguiu sair por aí sem um casaco quente. Maldição? Não. Apenas os passos de Koba.


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